Antonímia

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


E como chorar
Se ainda assim nada vale
Minha cabeça está em prantos
E ainda assim nada vale

Vale mesmo é o pó
Vale mesmo é valor
Vale mesmo é usar
E ainda assim nada vale

E como chorar
Pra tantos outros que não valem
Se o valor é nada
Nem mesmo pó

Pó esse que corrói
Pó esse que destrói
Ousa edificar
Mas nada vale

Ainda que soubessem
Fariam o valor e até mesmo valer
Ou outrora seria válido
Mas nada vale

E se digo que vale sorrir
Dizem que nada vale
Melhor valer fazer
Ou de nada vale

E ainda que nada valha
Sei que vale viver
De nada valer ou valor
Mas ainda vale  

tédio

terça-feira, 27 de novembro de 2012


e não ser imortal
é a maior mortalidade
que poderia ter
morrer de vida
e viver da morte

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

 A cada ano que passa
 Ano após ano
 O tempo passa
 Passa o tempo
 Um tempo que não volta
 Que não mente
 Só passa
 Está presente
 Em todos momentos
 Mudando a face
 Girando a roda
 Esse tempo que passou
 Deixou mágoa
 Escárnio e a vontade
 De querer levar a vida
 Mas sem tempo
 Isso é maldade
 Correr pra dentro de onde
 Se o tempo se faz
 Quando e onde
 É mesmo um senhor
 Esse tal de tempo
 Que espera o tempo que for
 Sem pressa, nem demora.
 Quanto tempo passou?
 Pra acostumar que o tempo
 Esse nobre senhor
 Não faz nem desfaz
 É só tempo
 Que passa
 Faz falta
 Não volta
 Nem retorna
 É tempo que passou
 E uma vez mais
 O mesmo tempo
 Manda o recado
 Que é pra não se preocupar
 Com tempo
 Que nem mesmo ele
 Tempo
 Tem noção
 De quanto tempo faz

Todo nada tem um quê de preenchimento!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Musicando a fauna
Fauneando a música

Abraça o samba que sai da janela
Vem pra calçada sambar
Sente o sol na cabeça
Que ele te leva
Onde você quer chegar

Teme não que agora é assim
Tum tum pá pá
É o reino, reinou
Trouxe a alegria!

Abraça o samba que sai da janela
Desliga a mazela
Se liga na donzela
Ela samba, ela samba
E sorri com tuas coxas no calçadão

Constante Serventia II

Mudo cegamente constantemente
Surdo eu finjo que escuto tudo
Sem sentir o gosto digo que gosto assim mesmo

Mudanças equivocadas que colocam na tua boca
Equívoco que colocas-te em minha boca
Maltrapilho se tornou o que era antes

Fez a volta na roda
E continuou sem rodar
Continuou a brincadeira

Fez sonho de criança
Realizou as mentiras que nem dele eram
E mentiu sem saber o porque

Finalmente acordou do sonho
Saiu da roda e começou a rodar
Limpou a poeira e jogou a água no ar

Faz de tuas palavras marcação
Que não mentem nem desmentem
Nem tampouco podem dizer o que quer ou o que não

Ouviu
Falou
Sentiu