O Piano e o Velho

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Para leigos, letárgicos, lúdicos, lamúriosos, loucos e lindos
Também para feios, falhos, fortes, fracos, famintos e familiares
Digo as palavras sem sentido que entram em sua mente sem sentido e saem como um provérbio de sua boca, deixando no ar essa frase:


Em cima do piano tem um copo de veneno, e cabe a nós, bebê-lo ou não.


Sinta o som das palavras em sua boca, repita para afixar em sua mente e pense, pense em algo, apenas pense e deixe soar em sua mente, enquanto sorri.

Conversa de Amigos (Sobre a Morte)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A morte que virá amanhã
Pode ser na mordida da maçã
Morte que me atinge todos os dias
Como antes com tudo que me abatia
Sendo um anjo ou um demônio
Não sei se estou no caminho errôneo
Seguindo o caminho do sonho
Vejo-me agora com um olhar medonho

Morte o que se passa com você?
Porque não nos deixa viver?
Talvez porque não saibamos
Ou talvez porque roubamos
Mas mesmo assim morte
Saiba que temos sorte
Sorte de poder viver livre e tranquilo
E de poder escutar o cantar do grilo

Ó morte que és fascinante
Não necessitas vir tão berrante
Venha com o negro vestido
Ou apenas com o branco amigo
Porque melhor pelas mãos do amigo morrer
Do que pelas mãos do inimigo sofrer
Venha conversar de vez em quando
Para que eu saiba como será o encanto

Venha-me ó morte, quando não tiver sorte
Porque assim posso escapar de ti ó morte
Mas não temo tua foice em meu peito
Apenas que não estejas comigo em meu leito
Que não me traga lugares equidistantes
Apenas apareça como um simples quitante
E me venha com aquele olhar tranquilo
Pra que eu possa ir com as mãos de um amigo

Troca de Amores

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Quando olhei tudo a se esvair
Tudo que quis foi ver o mundo cair
Mas logo retornei os sentidos
E mais uma vez me privei de sofrimentos antigos

Quando olhei em teus olhos a dor que causei
Não me veio a pergunta se foi eu que errei
Olhando tudo em volta, mais uma vez eu percebo
Que a lua no céu agora se vai muito cedo

A lua me disse que não pensava mais em mim
E percebi que o amor tem um fim
Não um fim de maldade e compaixão
Mas sim um aprendizado de paixão

A fumaça que trago corta a minha garganta
Confundindo-a com uma espinhenta planta
Os olhos abertos e iluminados enchem de água
Mas nada me valem, só trazem mágoa

Quando a lua voltou, me perdi de vez
Não aguentei olhar aos olhos mais uma vez
Senti-me inválido e perante o inimigo
Mas levantei-me e tirei-lhe o abrigo

Orquestrando cada ponto com um grande canto
Fazendo padecer de todo encanto
Olhando o sol então brilhei
E à minha mente voltei

Olhei em ti e em tudo
Quase dando uma volta ao mundo
Não me perdendo na escuridão
Mas apenas escondendo um coração