sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
e não ser imortal
é a maior mortalidade
que poderia ter
morrer de vida
e viver da morte
A cada ano que passa
Ano após ano
O tempo passa
Passa o tempo
Um tempo que não volta
Que não mente
Só passa
Está presente
Em todos momentos
Mudando a face
Girando a roda
Esse tempo que passou
Deixou mágoa
Escárnio e a vontade
De querer levar a vida
Mas sem tempo
Isso é maldade
Correr pra dentro de onde
Se o tempo se faz
Quando e onde
É mesmo um senhor
Esse tal de tempo
Que espera o tempo que for
Sem pressa, nem demora.
Quanto tempo passou?
Pra acostumar que o tempo
Esse nobre senhor
Não faz nem desfaz
É só tempo
Que passa
Faz falta
Não volta
Nem retorna
É tempo que passou
E uma vez mais
O mesmo tempo
Manda o recado
Que é pra não se preocupar
Com tempo
Que nem mesmo ele
Tempo
Tem noção
De quanto tempo faz
Abraça o samba que sai da janela
Vem pra calçada sambar
Sente o sol na cabeça
Que ele te leva
Onde você quer chegar
Teme não que agora é assim
Tum tum pá pá
É o reino, reinou
Trouxe a alegria!
Abraça o samba que sai da janela
Desliga a mazela
Se liga na donzela
Ela samba, ela samba
E sorri com tuas coxas no calçadão
Mudo cegamente constantemente
Surdo eu finjo que escuto tudo
Sem sentir o gosto digo que gosto assim mesmo
Mudanças equivocadas que colocam na tua boca
Equívoco que colocas-te em minha boca
Maltrapilho se tornou o que era antes
Fez a volta na roda
E continuou sem rodar
Continuou a brincadeira
Fez sonho de criança
Realizou as mentiras que nem dele eram
E mentiu sem saber o porque
Finalmente acordou do sonho
Saiu da roda e começou a rodar
Limpou a poeira e jogou a água no ar
Faz de tuas palavras marcação
Que não mentem nem desmentem
Nem tampouco podem dizer o que quer ou o que não
Ouviu
Falou
Sentiu