Medos e Amores

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

E ela denovo entrou sorrateiramente no quarto escuro, apenas iluminado por uma vela, que deixava aquele quarto de paredes de madeira e chão de azulejo frio parecer um lugar sombrio, tal como uma casa assombrada. Ela entrou, calmamente, friamente, com tudo calculado em sua mente meticulosa, sem medo do que lhe fosse acontecer.
Entrou no quarto escuro onde se podia enxergar um homem ao canto, sentado, cabisbaixo, parecendo ler algo que o fazia ter expressões indagadoras.
Entrando naquele quarto, despercebida, ela foi se aproximando do jovem rapaz com tenacidade. E segurando um pequeno papel, recitou as palavras para o homem no canto do quarto.
Ele de início não entendeu as palavras proferidas por ela, mas logo retomou aos sentidos e escutou mais uma vez as palavras que saiam calmamente da boca daquela loira, jovem e de olhos azuis.
Logo que ouviu aquelas palavras, se sentiu atordoado por tal atrevimento e logo tratou de levantar-se rapidamente e tentar fazer com que ela se calasse, mas nada conseguiu. As palavras proferidas por ela, agora estavam no ar, dançando no vento, ecoando por todo aquele quarto escuro, eis então que de repente a vela se apaga.
Escuta-se o barulho de algo caindo. O homem cabisbaixo acende outra vela e depara-se com a mulher loira na sua frente, estendida no chão, morta. E então se recorda das palavras proferidas por ela e se lembra de tudo. Palavras essas que não deveriam ser ditas nem pelos mais sábios. Foi com esse pensamento que o homem que lia seu livro quieto no canto, viu. Viu que o que acabara de fazer, era pura e simplesmente, matar por amor. Matar pelo amor. Pois não podia ouvir o amor sendo assassinado do jeito que aquela jovem moça fizera. Não podia.

1 comentários:

Caio Flores disse...

Não consegui conectar algumas coisas mas adorei mesmo assim!